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Eugénio Tavares
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Homenagem Póstuma de Portugal a Eugénio Tavares - 1940

Portugal celebrou com pompa em 1940 a passagem do duplo centenário da sua Independência e Restauração. Em Cabo Verde, Eugénio Tavares foi figura central dessas comemorações lembrando também o décimo aniversário da sua morte ocorrida na Ilha Brava a 1 de Junho de 1930.

O Governador Geral da Colónia de Cabo Verde e a sua comitiva de honra, deslocaram-se à Ilha Brava em três vasos de guerra da Marinha Portuguesa que não cabendo todos na pequena baia da Furna tiveram de ficar ao largo.

Sua Exa. o Governador Geral da Colónia, Major de Infantaria Amadeu Gomes de Figueiredo

O cortejo governamental deslocou-se directamente ao Cemitério do Lém, onde foi inaugurado o mausoléu de Eugénio Tavares. Num eloquente discurso o Governador Geral evocou o Poeta colocando-o ao lado dos heróis nacionais de que a Pátria Portuguesa se honrava e vinha lembrando nesse centenário.

Imagem do tumulo de Eugénio Tavares, ostentando a lápide comemorativa colocada pelo Governador Amadeu Gomes de Figueiredo, em 1940.

João José Nunes, poeta e discípulo de Eugénio, exaltou a figura do mestre num discurso que ainda hoje é tido como das mais brilhantes páginas da biografia do homenageado. Abaixo encontra-se a Folha Literária contendo esse discurso:

Capa da "Folha Literária" onde se encontrava o discurso de João José Nunes, homenageando Eugénio tavares

Página da mesma "Folha Literária".


Fragmento do discurso de João José Nunes, homenageando Eugénio Tavares, contido na "Folha Literária", atrás mencionada


João José Nunes
Poeta Escritor Ilustre Caboverdiano
O "Discípulo Amado" de Eugénio Tavares

João José Nunes 1885 - 1965   

Nascido na Ilha Brava a 12 de Setembro de 1885, filho de António José Nunes e de Amélia Ferro Nunes, viria a falecer nos Estados Unidos em 1965, aos 80 anos.Teve ao seu alcance todos os meios de cultura, ao tempo existente na Ilha e cresceu rodeado de eruditos, incluindo Eugénio Tavares, seu educador e mestre.

Tornou-se um intelectual respeitável, como testemunharam Eugénio Tavares e José Lopes, em páginas de louvor que chegaram aos nossos dias.

Poeta romântico e cultor do Belo, afirmou ter sido a sua vida um autêntico poema, vivido, escrito e divulgado com algum dramatismo.A sua vida foi um culto à Beleza da sua Ilha Brava, da Mulher Crioula e da Alma Caboverdiana.

Adverso à corrente modernista, cultivou com crescente devoção a pura poesia clássica, a perfeição da forma e o rigor da métrica sem nunca aderir ao movimento claridoso, em voga na sua época.Cantou a Beleza, o Amôr, a mulher, a dôr, e a saudade.Espalhou os seus versos pelas publicações de Cabo Verde, Portugal, Brasil e até nos Estados Unidos onde dedicou um verso ao Presidente Roosevelt.

Cultivou a Lingua Portuguesa com rigor e foi mestre em Língua Crioula.Deixou notáveis discursos, algumas peças teatrais, marchas populares e hinos religiosos.

Fundou o Jornal a Tribuna, embora de curta vida, portador de um jornalismo sério e bem acolhido na época.Foi colaborador assiduo da Voz de Cabo Verde, o Futuro de Cabo Verde, O Diário Fluminense e Mercantil do Brasil, a Voz da Colónia nos EUA e muitas publicações em Portugal.

Preocupado com a formação da juventude bravense, exerceu o professorado e fundou o grémio literário Eugénio Tavares que muito contribuiu para a educação do seu Povo. Como Procurador Judicial da República, trilhou com profissionalismo os corredores da justiça, tornando-se Notário Público, cargo no qual se reformou.

Foi eleito Presidente da Câmara da Brava numa altura de crise e seca e esse desempenho foi louvado pelo Governador Geral.

Vulto da cultura bravense e caboverdiana, a sua obra, espalhada pelo mundo, merecia ser recolhida e divulgada como peça da História da Cultura da Nação Caboverdiana.

Ele é de facto na época pôs Eugénio Tavares o maior vulto da poesia bravense e talvez o maior até aos nossos dias.

No fim da vida, em visita à família, viria a morrer em Boston, mergulhado numa saudade imensa da sua Ilha Amada, sem voltar a ver o céu azul da sua terra. O Sol de Cabo Verde não voltou a iluminar o rosto do poeta, nem ele voltaria a sentir o perfume da sua ilha florida. Os seus restos mortais mereciam voltar ao cemitério do Lém, e ao lado de Eugénio Tavares e outros bravenses notáveis, repousar na terra que tanto amou em vida.

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